Militantes do grupo jihadista Boko Haram mataram ao menos 60 pessoas em um ataque noturno contra a vila de Darul Jamal, no nordeste do estado de Borno, na Nigéria, segundo autoridades locais.
O ataque ocorreu na noite de sexta-feira (14) em um povoado que abriga uma base militar na fronteira com Camarões. Entre as vítimas estão pelo menos cinco soldados nigerianos.
De acordo com a Força Aérea da Nigéria, aeronaves de combate foram acionadas após relatos da invasão. “Em três ataques precisos e sucessivos, mais de 30 insurgentes foram neutralizados”, afirmou o porta-voz Ehimen Ejodame, citando imagens de vigilância que mostraram jihadistas fugindo para áreas de mata.
Moradores que haviam retornado recentemente após anos de deslocamento relataram a destruição de mais de 20 casas e 10 ônibus. Reuters informou que 13 motoristas e operários engajados na reconstrução da comunidade estão entre os mortos.
O governador de Borno, Babagana Zulum, visitou o local no sábado (15) e lamentou a violência: “É muito triste. Esta comunidade foi reassentada há alguns meses e buscava retomar a vida normal”, disse à agência AFP. Zulum acrescentou que o efetivo do Exército “não é suficiente” para conter a insegurança e anunciou o reforço de um novo contingente chamado Forest Guards.
O nordeste nigeriano enfrenta uma retomada de ataques não apenas do Boko Haram, mas também da facção local do Estado Islâmico. Em abril, o governador já havia alertado para a “volta” do grupo extremista após seguidas ofensivas que resultaram na ocupação temporária de áreas rurais.

Imagem: Internet
Borno é o epicentro de uma insurgência que dura 15 anos, provocou mais de 40 mil mortes e forçou mais de dois milhões de pessoas a abandonar suas casas. O conflito tornou-se ainda mais complexo após a retirada das tropas do vizinho Níger da força regional criada para combater os jihadistas.
O Boko Haram ganhou projeção mundial em 2014, ao sequestrar mais de 270 alunas em Chibok, também em Borno. Em 2015, o grupo chegou a controlar vastas áreas do estado antes de sofrer derrotas militares, mas a violência voltou a crescer nos últimos meses.
Com informações de BBC News