Lauryn Hill transformou o palco The One no primeiro dia do festival The Town, neste sábado (6), em São Paulo, em uma viagem pelos clássicos que marcaram sua carreira. A cantora norte-americana entrou em cena após um atraso de 18 minutos, vestindo um sobretudo dourado, diante de uma plateia menos numerosa e mais experiente do que o público majoritariamente jovem que dominou o resto da programação.
Antes dela, passaram pelo mesmo espaço nomes populares entre os fãs de trap e rap, como MC Cabelinho, Matuê, Filipe Ret e o norte-americano Don Toliver. A maioria dos presentes, com pouco mais de 20 anos, empunhava celulares e sinalizadores, em contraste com o clima mais contido que recebeu Hill.
Clássicos repaginados
O repertório se concentrou em “The Miseducation of Lauryn Hill”, de 1998. Logo na abertura vieram “Everything Is Everything”, “When It Hurts So Bad”, “Lost Ones” e “Ex-Factor”, reafirmando a fusão de hip-hop, funk, jazz, R&B, soul e reggae que consagrou o disco. As canções ganharam novos arranjos, marca registrada da artista, que costuma remodelar os próprios sucessos a cada turnê.
Família Marley no palco
Em “To Zion”, dedicada ao filho homônimo, Hill chamou o jovem ao palco. Zion Marley, neto de Bob Marley, entoou “Marching”, lançada este ano, e emendou um trecho de “Three Little Birds”, de seu avô, além de “Best of Me” e “Premature Paradise”. O telão exibiu imagens de Bob Marley, marchas do movimento negro e um discurso de Martin Luther King Jr.
Na sequência, o filho mais velho da cantora, YG Marley, assumiu o microfone para apresentar “Marching to Freedom”, “Survival” e “Praise Jah in the Moonlight”, mesclando reggae e Auto-Tune.
Imagem: Internet
Reencontro com Wyclef Jean
Próximo do fim, Hill surpreendeu o público ao anunciar Wyclef Jean, colega dela no Fugees. Juntos, reviveram “How Many Mics”, “Fu-Gee-La” e “Killing Me Softly With His Song”, esta última com uma passagem em ritmo de samba. Enquanto cantavam, os telões exibiam fotos de artistas brasileiros como Djavan, Mart’nália, Chico Science, Luiz Melodia, Sabotage e Dona Onete.
O show percorreu cerca de 30 faixas que compõem os dois álbuns que sustentam a trajetória da cantora — o solo “The Miseducation of Lauryn Hill” e “The Score”, do Fugees. Mesmo com a presença do headliner Travis Scott em um palco distante, parte do público preferiu permanecer para assistir à apresentação completa da veterana.
Com informações de Folha de S.Paulo
