Tóquio – O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, de 68 anos, anunciou nesta segunda-feira (data local) que deixará o cargo depois de menos de um ano de governo. A decisão ocorre após duas derrotas eleitorais significativas de seu partido, o Liberal Democrata (LDP), e na véspera de uma votação interna que poderia forçar sua saída.
Ishiba afirmou que o momento é adequado para a renúncia porque o país concluiu, na semana passada, um acordo que reduz tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre automóveis e outros produtos japoneses. “Agora que chegamos a um desfecho nas negociações sobre as medidas tarifárias dos EUA, acredito que este é precisamente o momento apropriado”, declarou.
Perdas históricas do LDP
O LDP governa o Japão há quase sete décadas, mas sob a liderança de Ishiba perdeu, pela primeira vez em 15 anos, a maioria na Câmara Baixa e, em julho, deixou de controlar a Câmara Alta. Diante desse cenário, o partido planejava decidir amanhã se convocaria uma eleição interna para escolher um novo líder.
Economia e queda de popularidade
Desde que assumiu em outubro de 2024, Ishiba prometeu enfrentar a alta dos preços. A inflação, impulsionada pela duplicação do preço do arroz no último ano, minou sua popularidade. Críticas pela nomeação de apenas duas mulheres em seu gabinete e pela distribuição de presentes caros a membros do partido também contribuíram para o recuo no apoio público.
Mesmo sob pressão para renunciar, Ishiba insistia que concluiria as negociações comerciais com Washington antes de deixar o posto. “Acreditei firmemente que as tratativas sobre as tarifas dos EUA, que podem ser consideradas uma crise nacional, deveriam ser finalizadas sob responsabilidade de nossa administração”, disse.

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O premiê afirmou que continuará exercendo suas funções “para o povo” até que o LDP escolha um sucessor, dando início a um período de incerteza política no país, a quarta maior economia do mundo.
Com informações de BBC News