O Google colocou em funcionamento nesta segunda-feira (8) o Modo IA em seu buscador no Brasil. A nova aba, que passa a aparecer no site e no aplicativo da empresa, exibe respostas geradas por inteligência artificial em português, ao estilo de um robô de conversação.
Apresentado em maio durante o evento Google I/O, o recurso utiliza o Gemini 2.5, versão mais recente do modelo de linguagem da companhia e concorrente direto do GPT, da OpenAI. Segundo a big tech, o sistema é capaz de compreender consultas em texto, voz e imagem.
A empresa afirma que o Modo IA é mais útil em tarefas complexas, como comparação de produtos, planejamento de viagens ou explicação de tutoriais detalhados. Dados internos indicam que, nessa nova aba, as perguntas tendem a ser mais longas do que na busca tradicional.
Exemplos de pesquisas sugeridas pelo Google incluem: “Quero entender diferentes métodos de preparo de café. Crie uma tabela comparando as diferenças de sabor, facilidade de uso e equipamento necessário”. As respostas são apresentadas em texto corrido, intercaladas com links para sites relevantes.
A novidade expande a função “visão geral criada por IA” (AI Overviews), lançada no ano passado, que já oferece resumos no topo da página de resultados para diversas consultas. Segundo o Google, mais de 2 bilhões de pessoas no mundo já tiveram acesso a esse formato.
O buscador continua sendo a principal fonte de receita da companhia. Em 2023, a ferramenta gerou US$ 198 bilhões, valor mais de cinco vezes superior ao obtido com publicidade no YouTube, que somou US$ 36,14 bilhões.

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Apesar da praticidade para o usuário, o recurso acende alerta em sites que dependem do tráfego gerado pela busca. Levantamento do Pew Research Center, publicado em julho, mostra que internautas que recebem um resumo feito por IA têm menor probabilidade de clicar em links externos do que quem não vê o resumo.
O Google sustenta que “descobrir conteúdo na web” permanece como missão central da empresa e que a Busca seguirá oferecendo oportunidades para que novos materiais sejam encontrados.
Na semana passada, a companhia obteve vitória em um processo antitruste nos Estados Unidos: um juiz rejeitou o pedido de promotores para que a gigante vendesse o navegador Chrome e o sistema operacional Android. A decisão determinou, contudo, que a empresa compartilhe dados de busca com rivais, medida que analistas não veem afetar seu domínio no curto prazo. As ações da Alphabet, controladora do Google, subiram cerca de 10% no período.
Com informações de Notícias ao Minuto