O Partido Liberal (PL) decidiu nesta terça-feira (9) manter em seus quadros o deputado federal Antonio Carlos Rodrigues (SP). A legenda substituiu a expulsão anunciada no fim de julho por uma advertência formal, após deliberação do Conselho de Ética.
A punição mais branda foi aprovada depois de o parlamentar ter defendido o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no contexto da Lei Magnitsky, e ter criticado tarifas impostas pelos Estados Unidos. As manifestações de Rodrigues também incluíram comentários contrários ao ex-presidente americano Donald Trump, posicionamento considerado incompatível com a linha partidária.
Inicialmente, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, comunicou publicamente a expulsão do deputado, alegando pressão da bancada e classificando as críticas a Trump como “ignorância sem tamanho”. O recuo desta terça foi oficializado por telefone pela direção nacional da sigla.
Antonio Carlos Rodrigues mantém histórico de atritos com o partido. Em abril, foi o único dos 262 parlamentares do PL a não assinar o requerimento de urgência para o projeto que concede anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Na ocasião, ele afirmou na tribuna que os integrantes mais novos não ditariam regras a quem participou da fundação da legenda, lembrando que o ex-vice-presidente José Alencar integrou o PL.
Naquele episódio, o deputado Robinson Faria (PL-RN) também relutou em assinar o pedido, mas acabou cedendo após pressão interna. Já Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu nas redes sociais, afirmando que Rodrigues só ocupa cadeira na Câmara graças ao desempenho eleitoral dos recém-chegados ao partido e que deveria alinhar seu voto à orientação da sigla.

Imagem: Agência Brasil
Com a decisão desta terça-feira, Antonio Carlos Rodrigues permanece filiado, mas recebeu advertência oficial pelas declarações consideradas divergentes da posição do PL.
Com informações de Gazeta do Povo