Um satélite que já serviu à pesquisa de água em Marte está agora a serviço da redução de perdas no sistema de abastecimento do Rio de Janeiro. Em 2024, o equipamento permitiu à concessionária Águas do Rio poupar cerca de 18 bilhões de litros de água tratada — volume equivalente ao consumo anual de mais de 3 milhões de pessoas.
Incorporada ao Programa de Redução de Perdas da empresa, a tecnologia orbital varre áreas de até 350 km² por passagem e identifica a presença de cloro sob o solo, indicação de vazamentos não aparentes. A precisão chega a 80%: de 2.726 ocorrências apontadas neste ano, 2.144 foram confirmadas em vistoria de campo.
Após o sinal emitido pelo satélite, equipes utilizam geofones — aparelhos que funcionam como “estetoscópios” do subsolo — para localizar o ponto exato do rompimento sem a necessidade de escavações aleatórias, acelerando o reparo e diminuindo o tempo de perda de água.
A Águas do Rio opera em 27 municípios fluminenses e administra 17 mil quilômetros de tubulações. Quando assumiu o sistema, em 2021, a concessionária encontrou índice de perdas de 65%. A meta é reduzir o percentual para 25% em até dez anos, combinando tecnologia espacial, obras de infraestrutura e combate a ligações clandestinas.
Para o presidente da companhia, Anselmo Leal, os resultados demonstram que inovação e sustentabilidade caminham juntas. “Com menos perdas, mais pessoas recebem água e o meio ambiente é preservado”, afirmou.

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Com informações de G1