São Francisco (EUA) – A Oracle e a OpenAI anunciaram, nesta semana, um contrato de US$ 300 bilhões, válido por cinco anos, para fornecimento de capacidade de computação em nuvem. O valor inesperado impulsionou as ações da Oracle e chamou a atenção do mercado financeiro, que não previa a participação da companhia em um acordo dessa magnitude.
Segundo a Oracle, o compromisso contempla aproximadamente 4,5 gigawatts de potência computacional dedicada à startup de inteligência artificial. O investimento se soma aos cerca de US$ 60 bilhões anuais que a OpenAI já se comprometeu a gastar em infraestrutura junto à Oracle e aos US$ 10 bilhões destinados ao desenvolvimento de chips personalizados em parceria com a Broadcom.
Estratégia de diversificação
Para o vice-presidente da consultoria Gartner, Chirag Dekate, a decisão da OpenAI de dividir sua infraestrutura entre vários provedores reduz riscos operacionais e garante escala superior à de concorrentes. “A empresa está montando uma das bases de supercomputação de IA mais abrangentes do mundo”, afirmou.
Embora rivais como Google Cloud, Microsoft Azure e AWS dominem grande parte do mercado de IA, a Oracle mantém histórico de colaboração com grandes clientes. A empresa, por exemplo, já hospeda a operação norte-americana do TikTok, caso que demonstra sua capacidade de lidar com cargas de trabalho de alta demanda.
Dúvidas sobre energia e financiamento
Mesmo com o entusiasmo de investidores, ainda faltam detalhes sobre a origem da energia necessária para sustentar a nova infraestrutura. Estudos do Rhodium Group preveem que data centers consumirão 14 % da eletricidade dos Estados Unidos até 2040. Analistas discutem se a expansão favorecerá gás natural, fontes solares com baterias ou até projetos nucleares, áreas em que grandes empresas de tecnologia vêm realizando aquisições e parcerias.
A OpenAI, que reportou US$ 10 bilhões em receita recorrente anual em junho – quase o dobro do ano anterior –, continua gastando bilhões em computação. Enquanto isso, seu cofundador Sam Altman investe pessoalmente em startups de energia como Oklo, Helion e Exowatt, mas a companhia ainda não divulgou aportes diretos nesse setor.
O acordo com a Oracle pode manter a OpenAI enxuta em ativos físicos, deixando a gestão de data centers e da infraestrutura energética nas mãos da parceira. Esse modelo agrada a investidores, ao aproximar a avaliação da empresa às de outras startups de software, sem o peso de bens de capital típicos de empresas de tecnologia legada.
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Com informações de TechCrunch