O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello classificou como “extravagante” a presença do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, na sessão da Primeira Turma que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus por suposta tentativa de golpe de Estado. A crítica foi feita em entrevista ao UOL News nesta sexta-feira (12).
Barroso acompanhou o final do julgamento sentado ao lado do presidente da Turma, ministro Cristiano Zanin, ocupando o lugar destinado ao secretário da sessão. “Ainda bem que não houve palmas ao final, mas isso ficará na história do Tribunal”, disse Marco Aurélio, ressaltando que o procedimento não é usual.
Defesa do voto de Luiz Fux
Único a divergir no julgamento, o ministro Luiz Fux absolveu Bolsonaro e cinco ex-auxiliares por entender que o STF não é competente para julgá-los. Marco Aurélio afirmou que, se ainda integrasse o Tribunal, teria acompanhado o voto do colega. “O ministro Fux atuou como juiz, honrou a capa e distinguiu as situações”, declarou.
Indireta de Flávio Dino
Sem citar nomes, o ministro Flávio Dino criticou, na quinta-feira (11), ex-integrantes do STF que “passam a atacar a Corte” após a aposentadoria. Dino elogiou o ex-decano Celso de Mello por manter “recato institucional” quando discorda de decisões do Tribunal.
Anistia para os atos de 8 de janeiro
Em entrevista ao portal Terra, concedida na quarta-feira (10), Marco Aurélio defendeu a aprovação de anistia pelo Congresso para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. “Anistia é ato soberano do Congresso. É virada de página, implica pacificação”, afirmou.

Imagem: Fellipe Sampaio
Durante o julgamento, o relator Alexandre de Moraes rebateu a possibilidade, dizendo que “impunidade, omissão e covardia não são opções para a pacificação”. Dino acrescentou que o plenário já considerou os crimes insuscetíveis de indulto ou anistia.
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Com informações de Gazeta do Povo