O governo dos Estados Unidos autorizou nesta quinta-feira (18) o visto de entrada do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, permitindo sua participação na comitiva presidencial que permanecerá em Nova York de 20 a 24 de setembro. Apesar da liberação, as autoridades norte-americanas impuseram uma área restrita de circulação: Padilha só poderá se deslocar em um perímetro de cinco quarteirões entre o hotel onde ficará hospedado, a sede da Organização das Nações Unidas (ONU) e as representações brasileiras vinculadas ao órgão. A mesma regra vale para eventuais familiares.
A restrição foi comunicada ao Ministério das Relações Exteriores, segundo apuração do jornal Folha de S. Paulo. Questionado pela Gazeta do Povo, o Itamaraty informou que o assunto deve ser tratado com o Ministério da Saúde, que não retornou até o fechamento desta edição.
No mês passado, os vistos da esposa e da filha de Padilha foram cancelados pelos EUA. O ministro estava com a própria autorização vencida desde 2024, período em que atuou no programa Mais Médicos. Em agosto, o governo brasileiro solicitou novo visto para que ele pudesse participar da reunião da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), marcada para 29 de setembro em Washington, e da 78.ª Assembleia-Geral da ONU, que começa na próxima terça-feira (23). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fará o discurso de abertura do encontro.
A liberação de Padilha ocorre em meio a um conjunto de sanções impostas por Washington a autoridades brasileiras: tarifa adicional de 50% sobre produtos do país, cancelamento de vistos e aplicação da Lei Magnitsky ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A Casa Branca justifica as medidas citando o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta tentativa de golpe de Estado e decisões de Moraes contra grandes empresas de tecnologia.
Na última terça-feira (16), Padilha minimizou publicamente a possibilidade de não receber o visto, citando a música “Tô nem aí”, da cantora Luka. “Vocês estão mais preocupados com o visto do que eu. Só fica preocupado quem quer ir para os Estados Unidos. Eu não quero ir”, declarou o ministro a jornalistas.

Imagem: Antio Cruz
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Com informações de Gazeta do Povo