Genebra, 9 jun (BBC) – Eleitores suíços participam neste domingo (9) de um referendo nacional que decide se o país adotará carteiras de identidade eletrônicas. Projeções iniciais indicam divisão praticamente igual entre apoiadores e opositores da proposta.
A consulta popular é a segunda sobre o tema. Em 2021, o projeto foi rejeitado por preocupações com proteção de dados e pelo fato de a operação ficar, à época, majoritariamente sob responsabilidade de empresas privadas.
O plano atual, já aprovado pelas duas casas do Parlamento suíço, estabelece que o sistema será totalmente opcional, gerido pelo governo federal e com informações armazenadas somente nos smartphones dos usuários. Não haverá base de dados centralizada.
Como funcionará
Pessoas ou órgãos que precisarem verificar dados – como comprovar idade ou nacionalidade – só terão acesso àquelas informações específicas, segundo o governo. A identidade física, em uso há décadas, continuará disponível.
Argumentos a favor e contra
Defensores afirmam que o documento digital simplificará tarefas cotidianas, como firmar contrato de telefonia ou comprovar idade para comprar bebidas alcoólicas, tudo de forma online.
Já opositores, que recolheram assinaturas suficientes para levar a questão novamente às urnas, temem riscos à privacidade, alegando que dados podem ser usados para rastreamento ou fins de marketing, mesmo com as novas salvaguardas.
Contexto de privacidade na Suíça
O país possui histórico de proteção rígida a dados pessoais. Leis de sigilo bancário, hoje atenuadas, e restrições ao Google Street View ilustram essa tradição. Além disso, o número de câmeras de vigilância é menor do que em muitos vizinhos europeus.

Imagem: Internet
Experiência anterior com passaporte sanitário
Durante a pandemia de Covid-19, a população já usou um certificado digital de vacinação para entrar em restaurantes e bares, o que pode influenciar a aceitação atual do e-ID.
A apuração oficial do pleito é esperada para o fim da tarde de domingo. Pesquisas recentes sugeriram leve inclinação do eleitorado a aprovar a medida, mas as projeções desta manhã indicam disputa acirrada.
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Com informações de BBC News