Los Angeles – A rede norte-americana ABC retirou do ar, por tempo indeterminado, o apresentador Jimmy Kimmel depois de declarações feitas no monólogo de segunda-feira (11) sobre o assassinato do influenciador conservador Charlie Kirk.
A medida foi anunciada poucas horas depois de Brendan Carr, presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC), ameaçar adotar providências contra a emissora e a controladora Disney. Carr acusou Kimmel de “enganar diretamente o público” ao afirmar que a “gangue Maga” tentava politizar o crime.
Sinal de alerta regulatório
Em entrevista ao podcast conservador The Benny Show, Carr classificou a fala do apresentador como “a conduta mais repugnante possível” e exigiu um pedido de desculpas. “Podemos fazer isso do jeito fácil ou do jeito difícil”, disse. O dirigente é indicado pelo ex-presidente Donald Trump.
Efeito cascata nas afiliadas
Após a pressão, a Nexstar Media, um dos maiores grupos de afiliadas de TV dos EUA, informou que não exibirá o Jimmy Kimmel Live! “por tempo indeterminado”, chamando o comentário de “ofensivo e insensível”. A Sinclair, maior parceira da ABC, anunciou que transmitirá um programa especial em memória de Kirk no horário do talk show na sexta-feira (15).
Repercussão política e em Hollywood
Em visita de Estado ao Reino Unido, Donald Trump celebrou a suspensão como “ótima notícia para a América” e alegou que Kimmel “foi demitido porque tinha baixa audiência”. Já atores como Ben Stiller e Jean Smart criticaram a decisão, defendendo a liberdade de expressão. O empresário Dave Portnoy, fundador da Barstool Sports, argumentou que a punição representa “consequências pelos atos” e não seria caso de cancelamento.
Acusações de abuso de poder
Líderes democratas na Câmara acusaram Brendan Carr de “abuso corrupto de poder” e pediram sua renúncia. A comissária da FCC Anna Gomez também questionou a postura do colega, afirmando que um ato de violência não deve justificar censura. O sindicato Writers Guild of America (WGA) classificou a suspensão como violação da Primeira Emenda dos EUA.

Imagem: Internet
O crime
Charlie Kirk, 31 anos, fundador do grupo conservador Turning Point USA, foi morto a tiros em 10 de setembro enquanto palestrava na Utah Valley University, em Orem. Tyler Robinson, 22, foi indiciado por assassinato qualificado e pode enfrentar pena de morte.
Na saída do estúdio em Hollywood, Kimmel não falou com a imprensa. Fãs que aguardavam para assistir à gravação lamentaram. “Ele só expressou uma opinião”, disse Janna Blackwell.
Palavras-chave: Jimmy Kimmel, ABC, Charlie Kirk, suspensão, FCC, Brendan Carr, Nexstar, liberdade de expressão, Trump, talk show
Com informações de BBC News