Durante o programa Última Análise desta terça-feira (16), o vereador Guilherme Kilter afirmou que uma anistia “de verdade” precisa contemplar o ex-presidente Jair Bolsonaro e todos os investigados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. A declaração ocorre na véspera da votação, prevista para quarta-feira (17), do regime de urgência para o projeto de lei que trata do perdão.
Segundo Kilter, aceitar a proposta defendida pelo governo Lula e por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) — considerada “light” por excluir Bolsonaro e seus aliados diretos — significaria “escolher a desonra”. Ele citou a frase atribuída a Winston Churchill: “Entre a guerra e a desonra, vocês escolheram a desonra e terão a guerra”.
A bancada de oposição, liderada pelo PL, diz ter recebido do presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), a garantia de que o pedido de urgência será analisado nesta quarta. O grupo pressiona para que o combinado seja mantido.
Críticas de cientista política
A cientista política Júlia Lucy classificou como “absolutamente injusta” qualquer anistia que deixe Bolsonaro de fora. Para ela, o objetivo seria manter o ex-chefe do Executivo fora das próximas disputas eleitorais. Lucy lembrou que o ex-presidente foi internado recentemente e atribuiu a piora do estado de saúde às “pressões” do processo.
Condenação e quadro de saúde
Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por suposta participação em tentativa de golpe. Na terça-feira (17), ele voltou a procurar atendimento médico de emergência em Brasília; três dias antes, no domingo (14), passou por retirada de lesões na pele.
Para Kilter, “Bolsonaro não é qualquer preso; é perseguido político e transformado em troféu pelo STF”.

Imagem: suposta participação trama golpista
Próximos passos
Se o regime de urgência for aprovado, o texto da anistia poderá ser votado diretamente em plenário, sem passar pelas comissões. O PL e outras legendas de oposição prometem defender uma redação “ampla, geral e irrestrita”.
Palavras-chave: anistia, Jair Bolsonaro, Câmara dos Deputados, oposição, 8 de janeiro, STF, Guilherme Kilter, Júlia Lucy, Hugo Motta
Com informações de Gazeta do Povo