A Austrália pretende diminuir em, no mínimo, 62% suas emissões de gases de efeito estufa até 2035, tomando como base os níveis de 2005. O novo compromisso, anunciado nesta quinta-feira (14) pelo primeiro-ministro Anthony Albanese, supera a meta anterior, que previa corte de 43% até 2030.
Albanese classificou o objetivo como “responsável, respaldado pela ciência e viável com tecnologias já comprovadas”. O parâmetro segue a recomendação da Climate Change Authority, órgão consultivo do governo, que sugeriu redução entre 62% e 70% no mesmo período.
O chefe de governo levará a nova meta à Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, ainda este mês. O compromisso atende às exigências do Acordo de Paris, que busca limitar o aquecimento global a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais.
Riscos climáticos crescentes
Nesta semana, um relatório encomendado pelo Executivo alertou que o país já superou 1,5 °C de aquecimento e enfrentará eventos climáticos “cascata, simultâneos e agravados” se não houver ações mais fortes. O estudo projeta aumento de mortes por ondas de calor, piora da qualidade da água em razão de inundações e incêndios florestais, além de elevação do mar que pode afetar 1,5 milhão de habitantes e causar perda de A$ 611 bilhões em valor imobiliário.
Nos últimos anos, secas severas, incêndios históricos, enchentes recordes e sucessivos episódios de branqueamento nos recifes da Grande Barreira e de Ningaloo ilustram o impacto do clima extremo no território australiano.
Debate político
A agenda climática permanece divisiva. A coalizão conservadora de oposição discute manter ou não o objetivo de neutralidade de carbono em 2050 e, segundo a líder opositora Sussan Ley, é “totalmente contra” a nova meta, questionando custos e credibilidade. Já parlamentares independentes e do Partido Verde cobram cortes ainda mais rápidos.

Imagem: Internet
Desde que assumiu em 2022, o governo trabalhista de Albanese promete transformar o país em uma “superpotência de energia renovável”, mas continua a aprovar projetos de combustíveis fósseis. Na semana passada, o megaprojeto de gás North West Shelf recebeu autorização para operar até 2070, decisão criticada por ambientalistas; a senadora verde Larissa Waters chamou a medida de “traição”.
Palavras-chave: Austrália, emissões, clima, meta 2035, Anthony Albanese, Acordo de Paris, Climate Change Authority, mudança climática, ONU, carbono
Com informações de BBC News