O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, contestou nesta segunda-feira (8) as críticas feitas pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), durante a manifestação de 7 de Setembro na avenida Paulista. No ato, o governador acusou o ministro Alexandre de Moraes de agir como “ditador” e “tirano” no processo que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Barroso afirmou que só comentará oficialmente o julgamento quando o plenário do STF deliberar, mas frisou a importância do due process. “Processo penal é prova, não disputa política ou ideológica”, disse ao jornal Folha de S.Paulo. O ministro recordou sua atuação contra o regime militar para rebater comparações entre o inquérito e períodos de exceção. “Na ditadura não havia processo legal público e transparente. Hoje tudo ocorre à luz do dia”, declarou.
Críticas de Tarcísio
No discurso de sábado (7), Tarcísio defendeu Bolsonaro, questionou a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid — que citou o ex-presidente na investigação — e alegou inexistência de provas que liguem Bolsonaro ao episódio de 8 de janeiro de 2023. “Não vamos aceitar a ditadura de um Poder sobre o outro”, afirmou. O governador disse ainda que “ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes” e prometeu “lutar para que a arbitrariedade tenha fim”.
O ato reuniu apoiadores de Bolsonaro na avenida Paulista e teve tom de críticas ao STF, especialmente ao relator das ações do 8 de janeiro. Segundo pesquisas recentes, Tarcísio aparece como favorito à reeleição em São Paulo, com 47% das intenções de voto.

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O julgamento que envolve Bolsonaro deve ter desfecho ainda nesta semana no Supremo.
Com informações de Gazeta do Povo