O ministro Luís Roberto Barroso encerrou nesta quinta-feira (25) o seu mandato de dois anos na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante a sessão, marcada por aplausos de pé, ele afirmou que a Corte “preservou a democracia” em meio a ataques institucionais, mas reconheceu “custo pessoal” para os magistrados.
Barroso assinalou que o Brasil precisa de “um novo recomeço” e defendeu convivência respeitosa entre diferentes posições políticas. Ele lembrou que, apesar das tensões, não houve “desaparecidos, torturados nem censura à imprensa”.
No próximo dia 29, o comando do STF passará ao ministro Edson Fachin; Alexandre de Moraes assumirá a vice-presidência.
O presidente que se despede relatou impactos pessoais decorrentes de conflitos com o governo norte-americano de Donald Trump, entre eles a suspensão de seu visto de entrada nos Estados Unidos e a decisão de seu filho, que trabalhava em Miami, de não retornar ao país.
Homenagens do plenário
Decano da Corte, Gilmar Mendes declarou que o STF “sobreviveu a ataques inéditos” sob a liderança de Barroso. Ele destacou que este foi o primeiro caso em que um chefe de Estado, acompanhado de militares de alta patente, foi condenado por tentativa de golpe no país — situação que, segundo o ministro, só ocorreu nove vezes no mundo desde a Segunda Guerra.
Visivelmente emocionado, Gilmar classificou a atuação de Alexandre de Moraes como “quase heroica” no enfrentamento das investidas contra a ordem constitucional, interrompendo o discurso para beber água antes de prosseguir.
Manifestação de outras autoridades
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, elogiou a “diligência” de Barroso para levar a julgamento processos relacionados a crimes contra o Estado Democrático de Direito. Já o advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou que o biênio foi de “dias difíceis” em que as instituições foram testadas e “vitoriosas”.

Imagem: colegas de Corte e pela plateia que acom
Pelo Conselho Federal da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho descreveu Barroso como “voz serena e firme” que serviu de “escudo da República”. Ele também homenageou Moraes, relator dos inquéritos sobre os atos de 8 de janeiro de 2023.
Barroso encerrou a sessão agradecendo aos colegas pela “parceria, coragem e relação harmoniosa” ao longo do período em que presidiu o Supremo.
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Com informações de Gazeta do Povo