Deputados voltam atrás e pedem desculpas por apoiar PEC que limita investigações

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Parlamentares da base governista e da oposição utilizaram as redes sociais, entre domingo (21) e segunda-feira (22), para se retratar pelo voto favorável à Proposta de Emenda à Constituição 3/21, conhecida como PEC da Imunidade. O texto restringe a possibilidade de investigação e prisão de deputados e senadores e foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 16 de setembro, por 353 votos a 134 no primeiro turno e 344 a 133 no segundo.

Agora, a matéria segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde começará a tramitar na próxima quarta-feira (24). Tanto o presidente da CCJ, senador Otto Alencar (PSD-BA), quanto o relator designado, Alessandro Vieira (MDB-SE), já declararam oposição à proposta.

Parlamentares arrependidos

Entre os que se desculparam estão Pedro Campos (PSB-PE), Merlong Solano (PT-PI), Sylvie Alves (União-GO) e Thiago de Joaldo (PP-SE). Os quatro alegam ter cedido a pressões políticas ou adotado estratégia equivocada para travar a discussão sobre anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

Pedro Campos afirmou que o voto favorável buscava impedir a votação do requerimento de urgência da anistia e destravar projetos considerados prioritários para o governo. Segundo ele, a estratégia falhou no dia seguinte, quando a urgência da anistia foi aprovada. O deputado comunicou ter ingressado com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a sessão.

Seu irmão, o prefeito do Recife e presidente nacional do PSB, João Campos, declarou ser contra a PEC e garantiu que a bancada do partido no Senado votará de forma unificada pela rejeição.

Sylvie Alves classificou o apoio à proposta como “erro gravíssimo”. Em vídeo publicado no Instagram, disse ter sido ameaçada por “pessoas influentes do Congresso” com retaliações caso mantivesse voto contrário. A deputada relatou ter mudado seu posicionamento pouco antes do encerramento da sessão e anunciou intenção de deixar o União Brasil na próxima janela partidária, em 2026.

Merlong Solano divulgou nota chamando o voto de “grave equívoco”. O petista declarou que pretendia preservar o diálogo com a presidência da Câmara e barrar a anistia, mas considerou a votação marcada por irregularidades, entre elas a volta do voto secreto. Ele também assinou mandado de segurança ao STF para anular a PEC.

Thiago de Joaldo reconheceu a falha e disse que “vergonha é insistir no erro”. O parlamentar prometeu trabalhar para derrubar a proposta no Senado e destacou que jamais buscou proteger criminosos.

Pressão popular

Além das críticas nas redes sociais, manifestações foram organizadas por grupos de esquerda em várias capitais no domingo (21) contra a PEC e contra a anistia a investigados pelos atos de 8 de janeiro. Na Avenida Paulista, em São Paulo, houve registro de hostilidade contra policiais que acompanhavam a mobilização.

Com o avanço do texto para o Senado, senadores contrários articulam para que a CCJ barre a tramitação já na fase inicial.

Palavras-chave: PEC da Imunidade, deputados, desculpas, Senado, pressão popular, anistia, STF, voto secreto, Pedro Campos, Sylvie Alves

Com informações de Gazeta do Povo

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