Tóquio (Japão) – Diante da falta de profissionais para acompanhar a produção de quadrinhos digitais, a Kadokawa abriu as portas para ilustradores de fora do país. A editora, responsável por títulos como “O Verão em que Hikaru Morreu”, “KonoSuba!”, “Overlord” e “Slayers”, promoveu o Wordless World Manga Contest, que recebeu mais de 1.000 inscrições vindas de cerca de 100 nações.
Concurso global revela novos nomes
O prêmio principal ficou com “My Hope in Bloom”, obra da dupla canadense cocosm. Ao anunciar o resultado, a Kadokawa destacou “o enorme potencial entre artistas internacionais” e reforçou que o mangá, ainda que seja um símbolo cultural japonês, pode ser produzido em qualquer lugar.
Demanda supera oferta de mangakás
Segundo Risa Tomisaki, da equipe editorial da Kadokawa, o volume de lançamentos cresceu “drasticamente” com a popularização dos quadrinhos digitais. “Não há autores suficientes para suprir o mercado”, afirmou ela ao portal Oricon News. A prioridade da empresa é encontrar profissionais capazes de adaptar light novels e romances, principalmente no gênero isekai.
Desafios demográficos impulsionam busca fora do país
A queda na taxa de natalidade e o envelhecimento da população japonesa tornam mais difícil produzir histórias que dialoguem com leitores jovens. Por isso, mercados do Sudeste Asiático, onde a base de consumidores é mais nova, ganham relevância. “O ponto de partida para os próximos projetos é que os artistas não precisam, necessariamente, ser do Japão”, informou a editora.

Imagem: filmes e séries
Próximos passos
Noboru Segawa, produtor executivo da Kadokawa, reconhece que a competição internacional é apenas um passo. “Precisamos descobrir e desenvolver autores para que tenham carreiras longas e bem-sucedidas”, declarou. A empresa também pretende ampliar a contratação de profissionais de animação, citando Índia, México e Brasil como mercados estratégicos para futuras colaborações.
Com informações de AdoroCinema