A população do Malaui volta às urnas na próxima terça-feira para escolher presidente, deputados e vereadores em meio a escassez de combustível, cortes constantes de energia e alta no custo de vida. O pleito é visto como uma revanche entre o atual chefe de Estado, Lazarus Chakwera, 70 anos, e o ex-presidente Peter Mutharika, 85 anos, derrotado por Chakwera em 2020.
Além dos dois principais concorrentes, outros 15 candidatos disputam o cargo, incluindo a ex-presidente Joyce Banda, o atual vice-presidente Michael Usi, Atupele Muluzi e Dalitso Kabambe.
Crise de combustível vira tema central
Filas quilométricas por gasolina têm provocado brigas e alimentado o descontentamento popular. O presidente Chakwera pediu desculpas em cadeia nacional oito dias antes da votação e acusou funcionários públicos de sabotagem no mercado de combustíveis.
Inflação e desemprego juvenil
Os preços dos alimentos subiram mais de 30% em um ano, pressionados pela falta de divisas, que leva importadores a recorrer ao dólar no mercado paralelo. Cerca de metade do eleitorado registrado tem menos de 35 anos, mas novas vagas de trabalho são escassas. Muitos jovens revendem gasolina em garrafas plásticas por até cinco vezes o valor oficial para garantir renda.
Agricultura na pauta
Em áreas rurais, onde vivem 80% dos malauianos, o custo do fertilizante é tema sensível: o insumo custa hoje seis vezes mais que em 2019. Chakwera prometeu reduzir o preço por meio de um programa direcionado a pequenos agricultores, enquanto acusa opositores de manipular valores junto a comerciantes privados.
Promessas de campanha
Buscando convencer o eleitor, Chakwera prometeu depositar 500 mil kwacha malauianos (cerca de US$ 290) na conta de cada criança nascida após a eleição, valor que poderá ser sacado quando o beneficiário completar 18 anos.

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Do outro lado, Mutharika percorre vilarejos da região sul lembrando seu governo (2014-2020) e ouvindo apoiadores dizer que “a vida era melhor” quando ele estava no Palácio de Governo.
Malauianos esperam que, seja no primeiro turno ou em eventual segundo turno, o vencedor consiga literalmente colocar mais comida no prato e combustível nos tanques.
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Com informações de BBC