Gaza City – O Exército de Israel demoliu, neste sábado (data local não especificada pela fonte), o edifício Sussi Tower, em Gaza City, marcado como o segundo arranha-céu alvo de bombardeio em 48 horas.
Em vídeo publicado na rede social X, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, exibiu o momento da explosão com a legenda “Estamos continuando”. A Força de Defesa de Israel (IDF) afirmou que a estrutura era utilizada pelo Hamas, informação rejeitada pelo grupo militante. Não há confirmação sobre vítimas.
Orientação para deslocamento
Horas antes do ataque, aviões israelenses lançaram panfletos orientando civis a se dirigir à “zona humanitária” em al-Mawasi, ao sul, entre Khan Younis e a faixa costeira. O porta-voz da IDF em árabe, Avichay Adraee, disse que “milhares já se mudaram” e que no local haveria atendimento médico, água e alimentos.
A Organização das Nações Unidas adverte que os acampamentos de tendas em al-Mawasi estão superlotados e inseguros, enquanto hospitais do sul operam acima da capacidade. Na terça-feira (data original da fonte), cinco crianças morreram numa fila para pegar água em al-Mawasi, supostamente atingidas por um drone israelense. O caso está “em revisão” pela IDF.
Segunda torre derrubada
Na sexta-feira, imagens divulgadas em redes sociais mostraram o Mushtaha Tower, no bairro al-Rimal, ruir após explosão na base. Segundo a IDF, foram adotadas “medidas de precaução”, incluindo avisos prévios e o uso de “munições precisas”. Moradores mencionaram que famílias deslocadas se abrigavam no local, e o porta-voz da defesa civil de Gaza, Mahmud Bassal, acusou Israel de “deslocamento forçado”.
Contexto do conflito
Satélites indicam que vários bairros de Gaza City foram arrasados por bombardeios e demolições no último mês. Os prédios de múltiplos andares ganharam espaço após os Acordos de Oslo, de 1993, e a retirada israelense de grande parte da Faixa em 1994, quando a verticalização se tornou solução para acolher palestinos que retornavam do exílio.

Imagem: Internet
Em julho, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou intenção de tomar todo o território de Gaza depois do fracasso das negociações indiretas com o Hamas sobre cessar-fogo e libertação de reféns. A ONU calcula que cerca de um milhão de pessoas ainda estejam em Gaza City, onde o organismo declarou estado de fome no mês passado e alerta para um “desastre iminente” caso a ofensiva avance.
A campanha militar de Israel começou após o ataque comandado pelo Hamas ao sul de Israel, em 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos e 251 sequestrados. Desde então, o ministério da Saúde administrado pelo Hamas aponta ao menos 63.746 mortos na Faixa de Gaza, incluindo 367 vítimas de desnutrição ou fome.
Com informações de BBC News