Fux diverge de colegas e defende absolvição de Bolsonaro no STF

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O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira, 10 de setembro de 2025, pela absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em todas as acusações apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no processo que apura suposta tentativa de golpe de Estado.

Com o posicionamento, o placar parcial do julgamento fica em 2 a 1 pela condenação de Bolsonaro, pois Alexandre de Moraes e Flávio Dino já haviam votado nesse sentido na sessão de terça-feira (9). Ainda faltam se manifestar Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, que preside a Primeira Turma, em sessão prevista para quinta-feira (11). Caso haja condenação, a dosimetria das penas deve ser discutida na sexta-feira (12).

Como votou Fux

Fux defendeu a absolvição de Bolsonaro e do ex-comandante da Marinha Almir Garnier. Para o tenente-coronel Mauro Cid, o ministro entendeu haver provas apenas do crime de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O magistrado ainda precisa se pronunciar sobre outros cinco réus do chamado “núcleo 1”.

Segundo o ministro, não há elementos que liguem Bolsonaro aos atos de 8 de janeiro de 2023 nem evidências da participação do ex-presidente em um plano para derrubar as instituições. Ele rejeitou a tese de que discursos e entrevistas críticas às urnas eletrônicas constituam crime contra o Estado Democrático de Direito.

Principais pontos do voto

  • Abin paralela: Fux afirmou que a PGR não comprovou envolvimento direto de Bolsonaro no suposto uso político da agência de inteligência.
  • Sistema eleitoral: Para o ministro, questionar a segurança das urnas em 2022 foi exercício do direito de acesso à Justiça, não crime.
  • Minuta do golpe: O documento encontrado com Mauro Cid foi classificado como “carta de lamentação”; Fux disse não haver prova de que o texto tenha sido apresentado a Bolsonaro ou aos comandantes militares.
  • Plano “Punhal Verde e Amarelo”: O magistrado declarou inexistir indício de que o ex-presidente soubesse de proposta para assassinar autoridades.
  • Atos de 8/1: Para Fux, a PGR não demonstrou liderança ou comando de Bolsonaro sobre os manifestantes.

Acusações analisadas

O ex-mandatário foi denunciado por cinco crimes: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado por violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado. Fux considerou não haver provas suficientes para sustentar qualquer dessas imputações contra Bolsonaro, enquadrando seu voto no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal.

A sessão desta quarta já ultrapassou dez horas. O julgamento prossegue na quinta-feira com os votos restantes.

Com informações de Gazeta do Povo

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