São Francisco (EUA) – A Icarus Robotics levantou US$ 6,1 milhões em rodada seed liderada pelos fundos Soma Capital e Xtal, com participação de Nebular e Massive Tech Ventures, para desenvolver robôs capazes de realizar o trabalho de “armazém” a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS).
Fundada por Ethan Barajas e Jamie Palmer, a startup surgiu depois de entrevistas com astronautas que relataram gastar grande parte do tempo movendo cargas, e não realizando experimentos científicos. A cada 60 dias, cerca de 3,5 toneladas de suprimentos chegam à ISS e precisam ser desembaladas e armazenadas, processo que consome horas de mão de obra altamente qualificada.
A primeira máquina da empresa é um robô de propulsão por ventiladores equipado com dois braços e garras tipo mandíbula. Segundo Palmer, a configuração bimanual alcança cerca de 80% da destreza necessária para manipular cargas, sem exigir mãos antropomórficas complexas.
Em teste de teleoperação realizado em solo, o sistema abriu uma bolsa de carga padrão da ISS, retirou os itens e fechou o zíper novamente, demonstrando que alto nível de destreza pode ser obtido a distância.
O próximo passo será uma campanha de voos parabólicos no início do próximo ano, seguida de um experimento de um ano na ISS por meio do módulo comercial Bishop, operado pela Voyager Space. Inicialmente teleoperados, os robôs deverão assumir gradualmente funções de manutenção — como inspeção de filtros e vedações — enquanto a empresa coleta dados em microgravidade para treinar modelos de inteligência artificial embarcada.
A estratégia inclui evoluir para autonomia parcial, em que o operador envia comandos de alto nível, e alcançar operação totalmente autônoma em missões distantes, onde o controle remoto em tempo real não é viável. “Não queremos substituir astronautas, e sim ampliar o tempo que podem dedicar à pesquisa”, afirma Barajas.
Palavras-chave: Icarus Robotics, ISS, robótica espacial, rodada seed, logística orbital, teleoperação, embodied AI, carga espacial, Soma Capital, Voyager Space
Com informações de TechCrunch