O governo do Catar informou nesta quinta-feira (22) que Israel lançou um ataque contra edifícios residenciais que abrigavam integrantes do bureau político do Hamas em Doha. Segundo uma fonte da organização palestina ouvida pela BBC, o alvo era a equipe de negociação do grupo, reunida no momento da ofensiva.
Imagens divulgadas após a ação mostram um prédio seriamente danificado no distrito de Katara, ao norte da capital catariana. Ainda não há confirmação sobre vítimas.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Catar classificou a operação como um “ataque covarde” e uma “violação flagrante de todas as leis e normas internacionais”, acrescentando que a ação representa “grave ameaça à segurança dos cidadãos e residentes” do país.
Israel assume responsabilidade
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que se tratou de uma “operação totalmente independente de Israel” contra a “cúpula terrorista” do Hamas. “Israel iniciou, conduziu e assume total responsabilidade”, diz o comunicado.
Um alto funcionário israelense disse à imprensa local que os alvos incluíam Khalil al-Hayya, chefe da delegação de negociações e líder exilado de Gaza, e Zaher Jabarin, dirigente exilado da Cisjordânia. “Aguardamos os resultados do ataque”, afirmou o representante, acrescentando que há consenso entre as lideranças política e de segurança de Israel.
Condenações internacionais
O secretário-geral da ONU, António Guterres, repudiou a ação, classificando-a como “violação flagrante” da soberania catariana. O Catar, aliado dos Estados Unidos e sede de uma importante base aérea norte-americana, abriga o bureau político do Hamas desde 2012 e atua como mediador em negociações indiretas entre o grupo e Israel.

Imagem: Internet
Na última segunda-feira (19), o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, alertou líderes do Hamas que vivem no exterior de que enfrentariam “aniquilação” caso não libertassem os reféns e depusessem as armas.
Contexto do conflito
A ofensiva de Israel em Gaza começou após o ataque conduzido pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos e 251 sequestrados no sul de Israel. De acordo com o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas no território, ao menos 64.605 pessoas morreram em bombardeios israelenses desde então.
Com informações de BBC News