O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, 70 anos, foi condenado nesta sexta-feira (15) pelo Tribunal Criminal de Paris por conspiração criminosa em um processo que investiga a suposta recepção de milhões de euros ilegais do então líder líbio Muammar Gaddafi.
A corte absolveu Sarkozy das acusações de corrupção passiva e de financiamento eleitoral ilícito. Segundo a promotoria, o dinheiro teria sido utilizado para impulsionar a campanha que o levou ao Palácio do Eliseu em 2007, em troca de ajuda para melhorar a imagem de Gaddafi perante países ocidentais.
A juíza Nathalie Gavarino afirmou que o ex-presidente permitiu que assessores próximos buscassem apoio financeiro junto a representantes líbios. Porém, os magistrados entenderam que não há provas suficientes de que ele tenha sido diretamente beneficiado pelo suposto esquema de caixa-dois. A pena deve ser anunciada ainda hoje.
O inquérito foi aberto em 2013, dois anos após o filho de Gaddafi, Saif al-Islam, acusar Sarkozy de ter recebido milhões de euros do regime líbio. Em 2014, o empresário libanês Ziad Takieddine declarou possuir provas de que cerca de 50 milhões de euros (43 milhões de libras) teriam financiado de forma “abundante” a campanha e continuado a ser pagos mesmo depois da posse.
Entre os demais réus, os ex-ministros do Interior Claude Guéant e Brice Hortefeux também receberam veredictos de culpado. Guéant foi condenado por corrupção e outros crimes, enquanto Hortefeux foi sentenciado por conspiração criminosa.
A esposa de Sarkozy, a cantora e ex-modelo Carla Bruni-Sarkozy, foi indiciada no ano passado por ocultação de provas e associação para fraude, acusações que ela nega.

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Desde que deixou o poder, em 2012, Sarkozy se tornou alvo de diversas investigações. Em fevereiro de 2024, ele recorreu de uma condenação a um ano de prisão — seis meses suspensos — por gastos excessivos na campanha de reeleição de 2012. Já em 2021, tornou-se o primeiro ex-presidente francês condenado à prisão ao ser considerado culpado de tentar subornar um juiz; em dezembro, a Justiça autorizou que cumprisse a pena em regime domiciliar com tornozeleira eletrônica.
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Com informações de BBC News