O presidente Emmanuel Macron nomeou nesta terça-feira (23) o ministro das Forças Armadas, Sébastien Lecornu, 39 anos, como novo primeiro-ministro da França, um dia após a Assembleia Nacional derrubar o governo de François Bayrou em votação de confiança.
Em comunicado, o Palácio do Eliseu informou que Lecornu terá como primeira missão consultar os partidos representados no Parlamento para viabilizar o próximo Orçamento do país. Ele se torna o quinto chefe de governo do segundo mandato de Macron.
Desafios imediatos
Lecornu assume com a tarefa de aprovar um pacote de cortes de despesas sem que o governo disponha de maioria na Câmara. A dívida pública francesa alcançou 3,3 trilhões de euros (2,8 trilhões de libras), equivalente a 114% do PIB. Seu antecessor pretendia economizar 44 bilhões de euros, mas o plano foi rejeitado por 364 votos a 194, o que levou Bayrou a apresentar a renúncia.
Reações políticas
A indicação recebeu críticas de extremos opostos do espectro político. Jean-Luc Mélenchon, líder da esquerda radical França Insubmissa, afirmou que a escolha “não muda nada” e reiterou o pedido de saída de Macron. Já a deputada de extrema direita Marine Le Pen declarou que o presidente “dispara o último cartucho do macronismo, cercado por um pequeno círculo de fiéis”.
Entre os centristas, a nomeação foi vista com mais otimismo. O ex-primeiro-ministro Édouard Philippe, hoje à frente do partido Horizons, elogiou a experiência de Lecornu no Ministério da Defesa. Marc Fesneau, do MoDem de Bayrou, apelou a todas as forças políticas para chegar a um acordo “pela estabilidade do país, especialmente em relação ao orçamento”.
Pressões econômicas e sociais
Na sexta-feira (26), a agência de classificação de risco Fitch revisará a nota da dívida francesa, atualmente em AA-. Um eventual rebaixamento pode encarecer o custo de financiamento do governo.

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Além disso, o movimento de base “Bloquons Tout” convocou protestos nacionais para quarta-feira (24). O Ministério do Interior planeja mobilizar 80 mil policiais para conter eventuais distúrbios.
Com a nova equipe ainda em formação, Lecornu buscará acordo rápido com o Parlamento para evitar um novo impasse fiscal.
Com informações de BBC News