A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou nesta terça-feira, 11 de outubro de 2016, que governos elevem em pelo menos 20% o preço de venda de refrigerantes e outras bebidas açucaradas por meio de novos impostos. A medida, segundo a entidade, pode provocar queda proporcional no consumo desses produtos e, consequentemente, reduzir índices de obesidade, diabetes e problemas dentários.
“Se os governos aumentarem impostos sobre esses produtos, estarão salvando vidas”, afirmou Douglas Bettcher, diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis da OMS. Ele acrescentou que a iniciativa também ajudaria a diminuir gastos públicos com saúde e geraria novas receitas para o Estado.
O estudo divulgado pela agência da ONU destaca que o consumo de açúcares livres, como glicose e frutose, é um dos principais motores do avanço global da obesidade e do diabetes. Entre 1980 e 2014, a taxa de obesidade mais que dobrou: 11% dos homens e 15% das mulheres adultas eram obesos em 2014. No mesmo ano, 39% dos adultos acima de 18 anos estavam acima do peso.
Entre as crianças, a tendência também preocupa. Em 2015, 42 milhões de menores de cinco anos estavam acima do peso ou eram obesos, aumento de 11 milhões em 15 anos. Desse total, 48% viviam na Ásia e 25% na África, continente que ainda enfrenta altas taxas de desnutrição.
Os dados da OMS mostram igualmente uma explosão no número de diabéticos: de 108 milhões em 1980 para 422 milhões em 2014. A doença foi responsável por 1,5 milhão de mortes em 2012.
Diante desse cenário, a entidade sustenta que não há necessidade nutricional de ingestão de açúcares adicionados. “Esses açúcares não deveriam ultrapassar 10% da ingestão energética diária; o ideal seria 5%”, afirmou Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição da OMS.

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Alguns países já adotaram ou estudam medidas semelhantes. México e Hungria implementaram taxas sobre bebidas adoçadas, enquanto Filipinas, África do Sul e Reino Unido avaliam propostas. A OMS acredita que a aceitação pública tende a crescer quando a arrecadação é destinada a programas de saúde e sugere ainda subsídios para frutas e legumes, que poderiam baratear esses alimentos em até 30%.
No ano passado, quando a organização publicou as primeiras orientações sobre consumo de açúcar, o setor privado reagiu. No Brasil, representantes de produtores alegaram que o aumento da obesidade não se deve apenas ao açúcar, mas também ao sedentarismo e a outros hábitos alimentares.
Com informações de nutricaosaude.webnode.com.br