Três caças MiG-31 da Força Aérea da Rússia violaram o espaço aéreo da Estônia e foram interceptados por aeronaves da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na sexta-feira (data não divulgada), sobre o Golfo da Finlândia, informou a aliança militar.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores estoniano, os jatos russos entraram “sem permissão” no território de um país membro da OTAN e permaneceram ali por 12 minutos. A pasta classificou a ação como “descarada”.
A porta-voz da OTAN, Allison Hart, declarou que a organização “respondeu imediatamente” e fez a interceptação, citando “mais um exemplo do comportamento imprudente da Rússia e da capacidade da OTAN de reagir”.
Consulta pelo Artigo 4
A primeira-ministra da Estônia, Kristen Michal, afirmou que o governo decidiu solicitar consultas formais com base no Artigo 4 do tratado da OTAN, que prevê reuniões de urgência entre os 32 integrantes sempre que qualquer um deles se sentir ameaçado.
A Rússia não se pronunciou publicamente sobre o incidente.
Reações em Tallinn e em Bruxelas
O Ministério das Relações Exteriores estoniano convocou o encarregado de negócios da Rússia para protestar. A diplomata da União Europeia Kaja Kallas chamou o episódio de “provocação extremamente perigosa”.
Em comunicado, o chanceler estoniano, Margus Tsahkna, disse que a incursão foi “inédita em audácia” e acusou Moscou de “testar limites” ao violar o espaço aéreo estoniano quatro vezes em 2025. Ele defendeu o aumento “rápido” de pressões políticas e econômicas contra o Kremlin.
Detalhes da interceptação
De acordo com Tallinn, os caças vieram do nordeste, sem plano de voo, com transponders desligados e sem comunicação via rádio com o controle de tráfego estoniano. Aeronaves finlandesas interceptaram os MiG-31 ainda sobre o Golfo da Finlândia. Dentro do espaço aéreo da Estônia, caças F-35 italianos, destacados para a missão de Policiamento Aéreo do Báltico, acompanharam os russos até a saída do país.

Imagem: Internet
O ministro da Defesa da Estônia, Hanno Pevkur, declarou à BBC que “é inédito os russos permanecerem 12 minutos em nosso espaço aéreo” e que “a única atitude correta é expulsá-los”.
Alertas na fronteira leste da OTAN
Na última semana, Polônia e Romênia, também integrantes da aliança, relataram violações por drones russos. Varsóvia afirmou ter abatido ao menos três aparelhos e registrado 19 incursões. Moscou alegou que não pretendia atingir alvos em solo polonês, enquanto Belarus disse que os drones entraram na Polônia “por engano” após interferência eletrônica.
Em Bucareste, o Ministério da Defesa detectou um drone russo durante ataques a alvos ucranianos no Danúbio; o aparelho desapareceu do radar pouco depois. A OTAN prometeu deslocar mais tropas e caças para o leste; aeronaves do Reino Unido, França, Alemanha e Dinamarca já patrulham o espaço aéreo polonês. Na segunda-feira, um caça francês chegou a ser acionado para outro possível alerta, logo descartado.
Preocupação com a defesa do flanco oriental
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que “toda provocação receberá resposta determinada” e prometeu investir em um “flanco leste mais forte”. O embaixador estoniano no Reino Unido, Sven Sakkov, pediu “medidas práticas” para reforçar a proteção aérea da região, destacando que os estonianos permanecem “determinados” a se defender.
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Com informações de BBC News