Brasília – O senador Carlos Viana (Podemos-MG), que preside a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, afirmou neste domingo (14) que o colegiado pretende intermediar acordos de delação premiada com investigados no esquema de descontos associativos.
Em entrevista à CNN Brasil, Viana explicou que a proposta é permitir que depoentes colaborem simultaneamente com a Polícia Federal, o Supremo Tribunal Federal (STF) e a própria comissão. Hoje, apenas o Ministério Público pode formalizar esse tipo de acordo.
“A ideia é oferecer ao investigado a possibilidade de uma delação conjunta para obtermos as informações que o país espera”, declarou o parlamentar, adiantando que discutirá o assunto em detalhe com o relator da CPMI.
Críticas a ex-ministros
Viana disse acreditar que ex-ministros e ex-gestores mencionados nas investigações possuem dados relevantes ainda não revelados. Ele citou os ex-ministros Carlos Lupi e José Carlos Oliveira, que, segundo o senador, nomearam parte dos suspeitos mas afirmam desconhecer as irregularidades.
Medidas já aprovadas
Desde o início dos trabalhos, a CPMI aprovou:
- pedido de prisão preventiva de 21 pessoas ao ministro André Mendonça, relator do caso no STF;
- requisição de registros de entrada e saída de investigados em órgãos públicos;
- quebra de sigilos de entidades associativas e empresas envolvidas.
Depoimentos desta semana
O depoimento de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “careca do INSS”, está mantido para segunda-feira (15). Antunes foi preso na sexta-feira (12) durante operação da Polícia Federal, mas recebeu do STF autorização para não comparecer. A defesa, contudo, confirmou presença.

Imagem: Carlos Moura
Segundo Viana, a Polícia Legislativa e a Polícia Federal montarão esquema de segurança para garantir que o investigado fale “livremente”.
Também preso na mesma operação, o empresário Maurício Camisotti obteve o mesmo direito de falta. Seu depoimento está previsto para quinta-feira (18). A comissão, informou o presidente, mantém contato com outras testemunhas dispostas a colaborar.
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Com informações de Gazeta do Povo