Uma marcha contrária à imigração reuniu cerca de 110 mil pessoas no centro de Londres neste sábado (13), segundo a Polícia Metropolitana. Organizado pelo ativista Tommy Robinson, o ato batizado de “Unite the Kingdom” foi apontado como uma das maiores mobilizações da direita britânica nos últimos anos.
Com bandeiras do Reino Unido e da Cruz de São Jorge, além de estandartes dos Estados Unidos e de Israel, os manifestantes percorreram a região de Whitehall, onde ficam diversos prédios governamentais. A força policial afirmou que o percurso autorizado não comportou todo o público, levando a tentativas de desvio e a confrontos.
Violência e prisões
Durante a dispersão, agentes relataram chutes, socos e o arremesso de garrafas, sinalizadores e outros objetos. Pelo menos nove pessoas foram detidas, e a corporação indicou que novas prisões devem ocorrer após a análise de imagens.
Mais de 1.600 policiais foram mobilizados para o evento, incluindo 500 reforços vindos de outras forças. No mesmo dia, Londres também recebeu jogos de futebol de grande público e shows, o que aumentou a pressão sobre o efetivo.
Contraprotesto e clima político
A poucos quarteirões de distância, cerca de 5 mil integrantes do movimento “Stand Up to Racism” realizaram um contraprotesto em defesa dos direitos dos migrantes. A polícia manteve barreiras para evitar o encontro entre os dois grupos.
Em discurso aos simpatizantes, Robinson — cujo nome de batismo é Stephen Yaxley-Lennon — classificou o ato como “faísca de uma revolução cultural” e elogiou o que chamou de “onda de patriotismo”. Em participação por vídeo, o empresário Elon Musk manifestou apoio ao organizador e pediu mudanças no governo britânico.
A marcha ocorre em meio a um debate crescente sobre imigração no Reino Unido. Mais de 28 mil pessoas chegaram ao país este ano cruzando o Canal da Mancha em pequenas embarcações, volume recorde que colocou o tema no centro da agenda política, superando até a crise econômica.
O partido Reform UK, principal legenda anti-imigrantes do país e bem posicionada nas pesquisas recentes, preferiu se manter afastado de Robinson, que possui condenações criminais.
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Com informações de G1