Mais de 15 mil israelenses protestam contra ampliação da guerra em Gaza e cobram acordo para libertar reféns

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Mais de 15 mil pessoas saíram às ruas de Israel na noite de sábado para exigir o fim da ofensiva na Faixa de Gaza e pressionar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a aceitar um acordo que garanta a libertação dos 48 reféns ainda mantidos pelo Hamas.

No entorno da Praça Paris, em Jerusalém – a poucos metros da residência oficial do premiê – familiares dos sequestrados lideraram o ato, enquanto manifestações paralelas ocorreram em Tel Aviv. Segundo estimativas de organizações dos próprios parentes, até 20 dos 48 reféns estariam vivos.

Israel ainda não respondeu formalmente à proposta mais recente de troca de prisioneiros, reiterando que qualquer entendimento deve incluir a devolução de todos os sequestrados. Netanyahu insiste que “vitória total sobre o Hamas” é a única garantia de retorno dos israelenses capturados.

Contexto dos sequestros e da guerra

O Hamas levou 251 pessoas para Gaza durante o ataque de 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos no sul de Israel. Desde então, a campanha militar israelense já provocou ao menos 64.368 mortes palestinas – a maioria civis –, de acordo com o Ministério da Saúde administrado pelo grupo islâmico. A Organização das Nações Unidas considera esses números confiáveis, apesar de contestação por parte de Israel.

Líderes militares veteranos, além de generais da ativa, avaliam que as Forças de Defesa de Israel (IDF) alcançaram o limite de suas capacidades em Gaza sem aumentar o risco aos reféns e agravar a crise humanitária. Mesmo assim, o governo ordenou preparativos para uma ampla incursão terrestre que visa tomar Gaza City e o restante do enclave.

Escalada militar e críticas externas

O ministro da Defesa, Israel Katz, publicou vídeos de prédios altos sendo demolidos em Gaza City e afirmou que “isso é só o começo”. Katz nega uma política de “terra arrasada”, classificando os alvos como centros de comando do Hamas. Ele já havia advertido que abriria “os portões do inferno” e orientou moradores da cidade a se deslocarem para a zona “humanitária” de al-Mawasi, que também vem sendo atingida por bombardeios – dezenas de pessoas, inclusive crianças, morreram ali na última semana.

Mais de 15 mil israelenses protestam contra ampliação da guerra em Gaza e cobram acordo para libertar reféns - Imagem do artigo original

Imagem: Internet

Em visita a Jerusalém no domingo, o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Rasmussen, pediu que Israel interrompa a ofensiva devido ao desastre humanitário em Gaza. O chanceler israelense, Gideon Sa’ar, rejeitou a pressão e alertou que o reconhecimento de um Estado palestino por países europeus seria “contraproducente e perigoso”. Sa’ar acrescentou que o governo debate a possível anexação da Cisjordânia ocupada, tema discutido com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. O embaixador norte-americano em Israel, Mike Huckabee, declarou que Washington não “dirá a Israel o que fazer” caso decida impor soberania sobre grande parte do território.

Novas vítimas e posicionamento de Netanyahu

Autoridades locais relataram 87 mortos nas últimas 24 horas em ataques aéreos em Gaza. O Ministério da Saúde também confirmou cinco mortes por fome e desnutrição – três delas de crianças – no mesmo período.

“Se eu tiver de escolher entre a vitória sobre nossos inimigos e a propaganda maligna contra nós, escolho a vitória”, afirmou Netanyahu no domingo, acrescentando que as tropas israelenses estão “aprofundando manobras” em torno e dentro de Gaza City.

Com informações de BBC News

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