Startup de Cingapura aposta em micróbios para fabricar óleos e reduzir dependência do dendê

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São Paulo, 17 de setembro de 2025 – A Terra Oleo, startup sediada em Cingapura, anunciou a captação de US$ 3,1 milhões para avançar na produção de óleos especiais a partir de resíduos agrícolas, utilizando microrganismos geneticamente modificados. O investimento partiu de ADB Ventures, Better Bite Ventures, Elev8.vc, The Radical Fund, um investidor estratégico do setor de óleo de palma e outros fundos.

Fundada em 2022 por Shen Ming Lee, Boon Uranukul e Min Hao Wong, todos doutores em suas áreas, a empresa operava em modo sigiloso há cerca de dois anos. Lee cresceu em uma família que atua na produção tradicional de óleo de palma e afirma buscar um modelo mais alinhado às demandas de sustentabilidade. Ela e Uranukul também integram a atual turma de fellows da Breakthrough Energy, iniciativa criada por Bill Gates.

O trabalho da Terra Oleo concentra-se em três espécies de leveduras capazes de converter resíduos orgânicos – vindos da agricultura e da fabricação de biodiesel – em gorduras e triglicerídeos de alto valor. O processo dispensa etapas caras de refino porque as células já sintetizam a molécula desejada.

A startup mapeou dezenas de derivados do óleo de palma e decidiu focar primeiro em produtos de maior margem, como manteiga de cacau sintética e óleos especiais usados pelas indústrias cosmética e farmacêutica. Segundo Lee, algumas dessas matérias-primas rendem margens superiores a 80% devido ao elevado custo de produção nos métodos convencionais.

No momento, os rendimentos ainda estão no estágio de laboratório – gramas por vez. O novo aporte financiará a transição para lotes na escala de quilos, etapa considerada crucial para validar economicamente a tecnologia e atrair parceiros industriais.

Apesar de o mundo ter produzido quase 79 milhões de toneladas de óleo de palma na última safra, volume praticamente estável há seis anos, Lee vê espaço para convencer produtores tradicionais a diversificar a origem dos óleos vegetais. “Não vamos substituir o dendê da noite para o dia, mas há caminho para um mix mais sustentável”, afirmou.

Palavras-chave: Terra Oleo, óleo de palma, microrganismos, biotecnologia, resíduos agrícolas, investimentos, ADB Ventures, Breakthrough Energy, cosméticos, sustentabilidade

Com informações de TechCrunch

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