Tarcísio de Freitas assume protagonismo em ato de 7 de Setembro e exige anistia para réus de 8 de janeiro

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tornou-se o principal porta-voz pela anistia dos condenados pelos atos de 8 de janeiro ao discursar diante de dezenas de milhares de pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo, no sábado (7). O ato, organizado pelo pastor Silas Malafaia sob o lema “Reaja Brasil: o medo acabou”, também defendeu o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Interrompido por gritos de “fora, Moraes”, Tarcísio declarou que “ninguém aguenta mais a tirania de um ministro” e afirmou que não há provas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O governador disse ainda que o depoimento de Mauro Cid é “mentiroso” e cobrou do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a votação imediata do projeto de anistia. “Bolsonaro é o único candidato de 2026”, completou.

Reações imediatas

A fala gerou resposta de integrantes do Supremo e do governo federal. O ministro Gilmar Mendes rebateu, negando a existência de “ditadura da toga”, enquanto o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, afirmou que os julgamentos são transparentes. No Congresso, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), acusou Tarcísio de tentativa de coação. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que “caiu a máscara” do governador.

Ausência do STF em Brasília

No mesmo dia, nenhum ministro do Supremo se juntou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no palanque oficial do Desfile de 7 de Setembro, em Brasília. A ausência coletiva, considerada incomum, foi interpretada como sinal de independência ou de cautela para evitar novas tensões institucionais.

Análise política

Para o cientista político Adriano Cerqueira, do Ibmec-BH, a postura de Tarcísio consolida seu nome como potencial candidato de direita e centro-direita em 2026. O analista Leonardo Barreto, da Think Policy, avalia que o governador abandonou de vez o perfil moderado e passou a ocupar o espaço de sucessor de Bolsonaro. Já o senador Ciro Nogueira (PP-PI) declarou que “quem aposta em racha no campo conservador pode tirar o cavalo da chuva”.

Movimentação no Congresso

No Legislativo, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), anunciou ter reunido 41 assinaturas para pedir o impeachment de Moraes. Apesar do avanço da pauta, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), resiste a uma anistia ampla que inclua Bolsonaro, posição também defendida por ministros do STF. O Planalto monitora o tema e já sinalizou que Lula vetará eventual aprovação sem restrições.

Tarcísio de Freitas assume protagonismo em ato de 7 de Setembro e exige anistia para réus de 8 de janeiro - Imagem do artigo original

Imagem: Sílvio RibasBrasília

Atos em outras capitais

Mobilizações ocorreram em 25 capitais e no Distrito Federal. No Rio, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que o STF “deve entregar a cabeça de Moraes na bandeja”. Em Goiânia, o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) discursou em favor de “anistia total, ampla e irrestrita”, inclusive em inglês.

Símbolos dos Estados Unidos

Manifestantes estenderam uma bandeira gigante dos EUA em frente ao Masp, gesto que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) definiu como agradecimento ao presidente norte-americano Donald Trump. A presença de símbolos norte-americanos foi notada pela imprensa internacional e criticada por Malafaia, que disse não querer repetição em futuros eventos.

Com o tema da anistia mobilizando direita e centro-direita, o impasse entre Congresso, STF e Planalto tende a continuar na próxima semana, quando a Primeira Turma do Supremo deve concluir o julgamento de Bolsonaro sobre suposta tentativa de golpe.

Com informações de Gazeta do Povo

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