Um tribunal em Lusaca, capital da Zâmbia, sentenciou o zambiano Leonard Phiri e o moçambicano Jasten Mabulesse Candunde a dois anos de prisão por tentar usar feitiçaria para assassinar o presidente Hakainde Hichilema.
Os réus foram detidos em dezembro de 2024 portando diversos artefatos místicos, entre eles um camaleão vivo, e acabaram condenados com base na Lei da Feitiçaria, de 1914. Segundo a acusação, ambos teriam sido contratados por um ex-deputado foragido para enfeitiçar o chefe de Estado.
Durante o julgamento, o magistrado Fine Mayambu qualificou os dois homens como “inimigos de todos os zambianos” e destacou que este foi o primeiro processo no país envolvendo uma suposta tentativa de feitiçaria contra um presidente.
Phiri e Candunde alegaram ser curandeiros tradicionais, mas admitiram a posse dos amuletos. Em tribunal, Phiri demonstrou como o rabo do camaleão, após ser perfurado, provocaria a morte da vítima em até cinco dias, afirmou o juiz.
O advogado de defesa, Agrippa Malando, pediu que os clientes fossem apenas multados, argumento rejeitado pela corte. Eles receberam dois anos de prisão por “professar” feitiçaria e mais seis meses por posse de objetos mágicos; as penas correrão simultaneamente, limitando o período total a dois anos, contados desde a prisão.
O magistrado ressaltou que, apesar de a crença em feitiçaria não ter comprovação científica, muitos zambianos ainda temem práticas ocultas, o que justifica a existência da lei para proteger a sociedade.

Imagem: Internet
Hakainde Hichilema, que já declarou não acreditar em feitiçaria, não se pronunciou sobre o caso.
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Com informações de BBC News