O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que Kyiv é capaz de “reconquistar toda a Ucrânia em sua forma original”, desde que conte com o respaldo da Europa e da Otan. A afirmação foi publicada nesta terça-feira (24) em sua rede social Truth Social, logo após uma reunião com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Nova York.
Trump argumentou que a economia russa enfrenta “grandes dificuldades” e qualificou Moscou como um “tigre de papel”, o que, segundo ele, abriria espaço para uma ofensiva ucraniana bem-sucedida. O republicano acrescentou que Kyiv poderia “talvez ir além disso”, sem especificar a que se referia, e não mencionou a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
Mudança de tom
Ao longo do conflito iniciado pela invasão russa em 2022, Trump havia sugerido que a paz poderia exigir a cessão de territórios pela Ucrânia — proposta rejeitada por Zelensky. Agora, o presidente norte-americano diz ter alterado sua posição depois de “conhecer e compreender totalmente a situação militar e econômica” das duas nações.
Repercussão em Moscou e Kyiv
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, respondeu que a Rússia “não é um tigre”, mas sim associada a um urso, e afirmou que não existe “urso de papel”. Ainda assim, disse que Vladimir Putin “valoriza os esforços do presidente dos EUA para buscar uma solução” para o conflito.
Zelensky classificou a declaração de Trump como uma “grande mudança” e, no edifício das Nações Unidas, disse acreditar que Washington concederá garantias de segurança à Ucrânia “após o fim da guerra”. Questionado sobre detalhes, limitou-se a mencionar a possibilidade de novos sistemas de armas, defesas aéreas e drones.
Tensões aéreas e Otan
Mais cedo, depois de discursar na Assembleia Geral da ONU, Trump defendeu que membros da Otan derrubem aeronaves russas que violarem seu espaço aéreo. O chanceler da Polônia, Radoslaw Sikorski, respondeu em rede social com um curto “Roger that”.
Imagem: Internet
Na semana passada, Estônia e Polônia solicitaram consultas com aliados após incursões russas. A Otan condenou as violações e prometeu usar “todas as ferramentas militares e não militares necessárias” para se defender.
Pressão econômica contra Moscou
Durante encontros na ONU, Trump também criticou países da aliança que ainda compram energia russa. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o bloco deixará de depender de combustíveis fósseis de Moscou até 2027.
Palavras-chave: Ucrânia, Rússia, Donald Trump, Volodymyr Zelensky, Otan, ONU, Guerra, Europa
Com informações de BBC News
